“O homem é capaz de Deus”[1]! Essa é a afirmação que proclama a Igreja, já no primeiro capítulo do seu Catecismo. Muito mais do que uma mera capacidade do homem, essa afirmação nos transmite a bondade do Pai do Céu que permite ser alcançado por seus filhos.
O Senhor nos deu a capacidade de amá-lo
As Sagradas Escrituras trazem a seguinte afirmação:“Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’”(Gn 1, 26). Ao fazer-nos dessa forma, o Senhor nos deu a capacidade de conhecê-lo e amá-lo, ou seja, nos presenteou com a alegria de podermos cultivar uma amizade com Ele.
A vocação à comunhão com Deus está inscrita no nosso coração e, por isso, somos atraídos por Ele para estabelecer uma relação de amor filial e de confiança. Essa relação cresce na convivência e no diálogo com Aquele que, como diz Santo Agostinho, “é mais íntimo de nós do que nós mesmos”. Se fosse essa a única via de alcançar o Senhor, já seria mais que suficiente, pois, como não “buscar Aquele que o coração ama”(Ct 3,1).
Deus criou tudo para o homem
Além de sua assinatura em nosso coração, Deus deixou toda a criação para também ser sinal para o homem. Basta olhar atentamente para a beleza da natureza, a variedade de animais e plantas, a perfeição e harmonia das coisas, a infinidade do Universo, para que a alma seja elevada até Aquele que tudo fez por amor. Nessa contemplação do mundo, muitos santos, como São Francisco de Assis, eram levados ao louvor a Deus.
Por isso, somos chamados hoje a escutar o clamor da alma em busca do Amigo que habita no mais profundo de nós; somos convidados por toda a criação que aponta para o céu, a fortificar o laço com o Pai que tudo fez para chegarmos à felicidade da comunhão com Ele.
Por Júlio Lobo
Seminarista Diocesano, Membro da Comunidade de Vida
[1]CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 30ª. ed. Petrópolis: Loyola, 2000.