Pensa, se você pudesse, em um único dia, comemorar o aniversário de todos os seus melhores amigos. E ainda: ao invés de você fazer uma festa surpresa para todos eles, fossem eles que te convidassem para uma comemoração “elegantérrima”, em que o convidado de honra seria você?
Bem, imaginou? É exatamente esse o sentimento que me dá quando vou à Santa Missa no dia de Todos os Santos.
Quando eu era mais novo, eu tinha uma visão dos santos, e da própria santidade em si, como algo muito distante: uma pintura ou imagem a ser contemplada, apenas. E não pessoas ali representadas que poderiam ser imitadas e, melhor ainda, pessoas com quem eu poderia me relacionar e que me ajudariam a me relacionar com o Melhor dos Melhores Amigos: Jesus.
Fui gostando dos santos gradualmente. O primeiro santo com quem me encantei, depois de ler um pouco sobre sua história em um livro do autor Ricardo Sá, foi São José. Depois vieram São Francisco, pelo livro O Irmão de Assis, e Santa Teresinha, através de História de uma Alma.
Mais recentemente, São Carlo Acutis e o Servo de Deus carioca Guido Schäffer, meus dois novos amigos que conheci no ano passado, e que também já ganharam meu coração e entraram para o grupo.
Esse pessoal de diferentes épocas, situações financeiras e familiares diversas, etnias e histórias de vida das mais variadas, têm uma coisa em comum: foram tão impactados pelo Amor de Deus, amor completamente gratuito, pessoal, intransferível e eterno, que não souberam responder de outra forma a não ser deixando-se amar também.
Como muitas vezes eu não soube receber esse amor na minha vida (por não me achar digno ou por qualquer outro motivo banal), esses amigos que vivem esse amor em plenitude no Céu hoje, e por isso me amam de forma genuína, mais do que qualquer pessoa nesta Terra, me ensinam a deixar-me ser amado por esse Deus maravilhoso e a amá-Lo também, convencendo-me da gratuidade do Amor de Deus em suas próprias histórias de vida.
Muitos deles tiveram uma vida marcada profundamente pelo pecado, como Santo Agostinho (que teve uma vida devassa antes da conversão e acreditou em falsas doutrinas durante um período), Santa Maria Madalena (de quem foram expulsos sete espíritos imundos) e São Marcos Ji Tianxiang (que sofreu muito, sendo viciado em drogas boa parte de sua vida).
Porém, todos eles souberam enxergar no Cristo Crucificado a solução dos seus problemas: encontraram na Cruz o seu pecado aniquilado e vencido, redimido e perdoado.
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu o Seu Filho Único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna.” (João 3,16)
Eles creram no poder transformador que Deus tem de fazer da nossa história uma história de salvação. Conheceram a força do Espírito Santo, que vem em auxílio à nossa fraqueza, fazendo superabundar a graça onde outrora havia abundado o pecado.
Santa Maria de Jesus Crucificado e Santa Elena Guerra, por exemplo, clamavam incessantemente a presença desse Doce Hóspede da Alma, deixando que Deus não deixasse inacabada a obra de transformação em suas vidas.
Viver com os santos, clamar por eles, é assim: não viver só.
É saber que temos uma Igreja Triunfante, linda, nos aguardando.
Portanto, comemorar o Dia de Todos os Santos é celebrar essa grande festança celestial de todos eles em um só dia. Onde, mesmo não os vendo, sei, pelos olhos da fé, que todos estão lá, na Santa Missa, unidos a mim, adorando comigo o Nosso Melhor dos Melhores Amigos em comum: o Nosso Deus Eucarístico.
E Ele quer trazer você, hoje, para fazer parte desse grande grupo de amigos, na festa que nunca termina: o Céu.