Neste mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, somos convidados pela Igreja a contemplar e experimentar, nesta devoção, o infinito amor de Deus por nós.
A Igreja Católica dedica no mês de junho de cada ano uma devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A escolha dessa devoção aconteceu em razão de fato histórico acontecido. Para que se compreenda devem ser lembrados os seguintes acontecimentos referenciados no mês de junho: Ascenção do Senhor (dia 02), Pentecostes (dia 09), Santíssima Trindade (dia 16), Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo ou “Corpus Christi” (dia 20) e Sagrado Coração de Jesus (dia 28).
O término da vida terrena de Jesus acontece 40 dias depois da Ressureição, quando Ele volta para o Pai, na presença de seus Apóstolos, conforme nos ensinam os Evangelhos de São Marcos 16,19 e São Lucas 24,50. Desse acontecimento comemora-se a Ascenção de Jesus aos Céus. Jesus Cristo diz que, para que o Espírito Santo pudesse vir, era necessário que Ele voltasse para o Pai, então, no primeiro domingo após a Festa da Ressureição, comemora-se o Pentecostes.
Cremos em um só Deus em três Pessoas. Deus-Pai, Deus-Filho (Nosso Senhor Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo. Tendo já comemorado a subida de Jesus para o Céu e o derramamento do Espírito Santo, comemora-se logo em seguida a Festa da Santíssima Trindade.
A Festa do Sagrado Coração de Jesus tem origem a partir de uma revelação Divina feita pelo próprio Jesus Cristo a Santa Margarida Maria Alacoque. Santa Margarida estava em adoração, diante do Santíssimo Sacramento, quando Jesus lhe apareceu. E Ele apareceu da forma como o vemos nas representações do Sagrado Coração e pediu para que ela começasse a divulgar esta devoção. Portanto, em se tratando de uma imagem de origem Divina, ela tem significados maravilhosos e profundos.
Uma data de significado também especial é a de Corpus Christi (do latim Corpo de Cristo). É a celebração solene do mistério da Sagrada Eucaristia, que é o Sacramento do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa Celebração acontece sempre às quintas-feiras, em alusão à quinta-feira Santa, dia da instituição da Sagrada Eucaristia.
E o corpo do Cristo tem um significado muito especial. Jesus Cristo, sabendo que iria nos deixar após sua Ascenção, deu-nos uma maneira de O termos sempre. Seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e sua Divindade, ou seja, Cristo por inteiro, através da Sagrada Eucaristia. Mister lembrar as Palavras de Jesus: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come este pão viverá eternamente” (Jo 6, 52,53–58).
A origem da festa de Corpus Christi é a seguinte: Santa Juliana de Cornillon, nascida no ano de 1193, em Ratinne na Bélgica, entrou para o convento das freiras Agostinianas localizado no Monte Cornillon enquanto ainda era jovem. Durante dois anos, teve uma visão de lua cheia com um corte preto em seu meio. A freira não entendia o queria dizer a Visão. Fez um pedido com muita Fé a Jesus para entender o seu significado. Disse-lhe Ele: “A lua representava a igreja com suas festas, e a faixa preta significava a falta de solenidade por que passava a igreja.” E Jesus concluiu dizendo: “Quero que seja criada uma festa especial em honra ao Sacramento do meu corpo e do meu sangue.” Santa Juliana contou suas visões e o que Jesus havia lhe dito ao Bispo de Liége, Roberto di Thourotte, que mais tarde viria a ser o Papa Urbano IV.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrava uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um Milagre Eucarístico: da Hóstia Consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a Consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo (Bispo de Bolsena) que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão com muitas pessoas. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada da cidade de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as seguintes palavras: “É Corpus Christi”. O Papa, sabedor das visões de Santa Juliana e do pedido de Jesus, instituiu a Festa de Corpus Christi e incumbiu São Tomás de Aquino de escrever os belos textos do Ofício Litúrgico dessa festa de preceito (cf. súmula Tantum Ergo). Após a aparição de Jesus, Santa Juliana, que vivia em constante Oração sempre unida a Deus, esperou pacientemente superar tudo, pois ela não encontrou apoio imediato para aquilo que defendia, buscava amizade com pessoas de Deus que poderiam ajudar na causa, e, finalmente submeteu tudo ao juízo dos Pastores da Santa Igreja.
Emmanuel Azevedo Batista de Medeiros. Membro de aliança da Comunidade Mel de Deus – João Pessoa/PB.