Hoje, 12 de outubro, celebramos a solenidade de nossa amada e querida Mãe, imperatriz e padroeira, a Senhora da Conceição Aparecida. Foi pensando em esclarecer algumas dúvidas ainda pertinentes de alguns católicos que resolvemos publicar este artigo.
Quem um dia não se perguntou: Por que Conceição? Por que Aparecida? Porque negra? Por que… Por que…
Para entendermos bem é preciso voltar a 1717 quando três pescadores no rio Paraíba do sul encontraram primeiro o corpo e depois – na linguagem dos pescadores – em um segundo lance das redes, a cabeça de uma imagem, daí tem origem o termo Aparecida, pois a imagem foi “aparecida das águas”.
Mas e por que Conceição?
Os pescadores ao levarem a imagem pra casa após a pesca milagrosa decidiram colar as partes que estavam soltas, e ao colarem perceberam que se tratava de uma Imagem de Nossa Senhora da Conceição. Logo se espalhou a devoção a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e tamanha foi a propagação que hoje a temos por Padroeira.
Mas e por que negra?
No Brasil do século XVIII a mão de obra escrava com escravos provindos principalmente da África, era a mola mestra dos engenhos de cana de açúcar e das fazendas de café. Como sabemos mediante a literatura e teledramaturgia a vida de um escravo não era desejável. Tortura, açoites, fome, doenças e tantos outros males que estes irmãos sofriam sem ter quem os defendesse, pelo menos publicamente. Aí se manifesta a bondade e o olhar de Deus: Um sinal de atenção ao permitir a aparição da Virgem Negra: Aquela que na brancura da pureza não se deixa vencer, se faz Negra como seus filhos para compartilhar suas dores e mostrá-los que havia alguém por eles.
Existem relatos de vários milagres favorecendo a escravos, mas citarei apenas um que é bem conhecido por ter sido representado na novela “A Padroeira” da rede globo de televisão.
Este fato é um dos mais bem documentados. Aconteceu por volta de 1790, no tempo da escravatura.
Um escravo de nome Zacarias, havia fugido da fazenda do patrão e foi refugiar-se nas matas da vila do Bananal, perto de Aparecida…
Localizado, preso e acorrentado nos pulsos e no pescoço, assim foi conduzido de volta para a fazenda. Ao passar pela “Capela” de Aparecida, pediu para fazer oração diante da Imagem. Ajoelhando-se, terá rezado assim com a alma nos lábios:
– Nossa Senhora Aparecida, o que será de mim? Tenha dó de nós, dos meus filhos, da minha família!
Nesse momento as correntes caíram dos pulsos e do pescoço. O barulho produzido pela queda foi tão forte que alarmou os alunos de uma escola vizinha. Todos acorreram com seu professor para ver o que tinha acontecido.
Espanto geral. O próprio patrão “tocado pelo milagre, ofereceu o escravo a Nossa Senhora Aparecida. Pagou o preço do resgate e o levou, liberto, para casa como pessoa protegida pela soberana Mãe de Deus”.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930 pelo papa Pio XI. O Brasil rende-se ao amor incondicional da “Mãe negra” no dia 12 de outubro, data que marcou, em 1980, a proclamação de feriado e consagração do Santuário Nacional de Aparecida pelo Papa João Paulo II.
Curiosidade:
Em 06 de novembro de 1884, a Princesa Isabel ofereceu a Nossa Senhora Aparecida uma coroa de ouro, cravejada de brilhantes, a mesma com que a Imagem foi coroada Rainha do Brasil de 1930 e que até o ano de 2005 cingia a fronte de nossa rainha e mãe.
Rezemos por nossas famílias, consagremos nossas vidas e o futuro do nosso país àquela que tomou-nos por filhos prediletos.
Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, o Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. Abençoai-me, o celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade.
Assim seja!
Fonte: Paróquia Nossa Senhora Mãe do Povo( São Miguel dos Milagres – AL)