Em 1912, o padre alemão Kentenich, que tinha por objetivo ser missionário na África, recebeu de seu superior a missão de ser dirigente espiritual de um grupo de 180 jovens seminaristas. Ele, então, abandonou seus planos e assumiu a nova missão na certeza de que aquilo era plano de Deus para sua vida. Juntos formaram a Congregação Mariana de Schoenstatt e receberam do reitor do seminário uma antiga capela (dedicada a São Miguel), que por muitos anos tinha servido como depósito de ferramentas, para realizarem suas reuniões.

Padre Kentenich mantinha a fé convicta de que a missão da Virgem Maria não havia cessado com o término de sua vida terrena. No verão de 1914, ele toma conhecimento da experiência de Valle di Pompei na Itália, que tornara-se lugar de particular ação da Virgem Maria em resposta à fé e sacrifícios do advogado Bartolo Longo. Inspirado na experiência italiana, em 18 de outubro de 1914, na Capela São Miguel, Padre Kentenich apresenta à Congregação Mariana do Seminário de Schoenstatt a “ideia predileta” que consistia em atrair Nossa Senhora a morar naquela capela e ali distribuir seus tesouros e operar milagres. Assim, apresentou aos jovens um programa de orações e sacrifícios para fazer “suave violência” à Mãe de Deus a fim de atraí-la à Capela São Miguel transformando-a em um lugar de graças, origem e centro de um movimento de renovação e de educação religioso-moral. Os congregados aderiram à “ideia predileta” e sob orientação do Padre puseram-se a serviço da Mãe de Deus. 

O quadro da Virgem Maria, hoje presente na Capela São Miguel, não estava originalmente no Santuário. Foi adquirida em uma loja  de antiguidades por um professor do seminário e chegou no dia 03 de abril de 1915. Trata-se de uma cópia de uma pintura italiana do final do século XIX do pintor Luigi Crosio. O título original da imagem era “Refugium Peccatorum” (Refúgio dos Pecadores). Os seminaristas deram a ela o título “Mãe três vezes Admirável” inspirados na congregação mariana de Ingolstadt.  

Na Primeira Guerra Mundial, muitos dos congregados foram enviados aos campos de batalha e optaram por oferecer suas vidas como “suave violência” à Virgem Maria para a realização do programa de 18 de outubro de 1914. Eles lavavam os banheiros, faziam adoração espiritual de joelhos ao Santíssimo Sacramento nas trincheiras, além de difundir a “ideia predileta” entre os jovens. Tudo na intenção de atrair a Mãe de Deus à Capelinha. 

A “suave violência” dos jovens e a resposta de Nossa Senhora gerou uma aliança de amor no Santuário da Mãe Rainha. Ao contrário de outros Santuários Marianos como Fátima, Lourdes, Guadalupe, nos quais a Virgem toma a decisão de se manifestar aos seus filhos, em Schoenstatt ela recebe um convite e não resiste ao apelo de amor. Esta aliança, para que não se desfaça, necessita que a suave violência seja constantemente renovada por todos os que se dirigem ao santuário. Lá a Virgem oferece a tríplice graça de Schoenstatt: a graça do acolhimento, a graça da transformação interior e a graça da fecundidade nas missões. 

Em Schoenstatt, Nossa Senhora não só se apresenta como mãe, rainha e vencedora, mas também como educadora. Ela quer nos ajudar a retirar os excessos agregados pelo pecado a nossa alma, fazendo de nós o melhor que pudermos ser. Portanto, precisamos fazer a entrega total de nossas vidas, nossos projetos, nossas famílias à Virgem e confiar plenamente. Uma entrega definitiva, sem medos, receios, desconfianças. O Pai nos dá o exemplo dessa confiança, pois Ele confiou Seu Filho único aos cuidados de Maria. Na anunciação, o Anjo Gabriel não ensina como cuidar do Filho de Deus e, após o “sim”, ele retira-se num ato de total confiança. Deus encontrou graça, confiou em Nossa Senhora e o menino Jesus “era submisso a seus pais… crescia em sabedoria, em estatura e graça”. Lucas 2:51-52.

Nossa Senhora foi criada para ser a mãe do Salvador, por isso Deus a fez tão grande em vista dos méritos de Jesus. Pela morte e ressurreição de Cristo, todo o capital de graças necessário para a salvação do mundo inteiro até o fim dos tempos foi conquistado. Nossa Senhora é o “cano” e a “torneira” deste reservatório porque assim Ele quis. Foi o caminho que Ele próprio escolheu para vir até nós. Abrir esta torneira e acessar todo este capital de graças depende de nós. É pela oração, penitência e no sim diário à vontade de Deus que o fazemos. As perseguições, as enfermidades, as calúnias, a solidão, o desemprego, as ingratidões dos que mais amamos são oportunidades de abrir a torneira da graça. 

No Santuário da Mãe Rainha, Nossa Senhora nos fala através de sua imagem no quadro refúgio dos pecadores e nos deixa muitas mensagens: 1. Ela olha para nós e diz: Eu tenho tempo para você. Eu te sigo com meu olhar e você segue com meu olhar gravado no seu coração. 2. O véu que cobre Nossa Senhora é a vestimenta de Jesus. Os dois estão unidos em uma única missão. 3. O coração de Jesus está próximo ao coração de Nossa Senhora. Os dois tem uma única pulsação, querem fazer a vontade de Deus. 4. Ela segura suavemente o menino Jesus como quem quer entrega-Lo a nós, como que nos dissesse: “Tome-O em seus braços, eu O tive para você, receba-O. 5. Um de seus braços está livre para nos dizer: “Tem lugar para você no meu colo, vem! Não estou eu aqui que sou tua mãe?”6. Ela chama atenção à providência de Deus, à certeza que existe um Deus que cuida de nós e se manifesta na nossa vida pelos acontecimentos cotidianos. Ela quer nos ensinar a descobrir Deus no nosso dia a dia. 

Por Antonio Bahia Correa Lima Júnior,

Membro de Aliança da Comunidade Mel de Deus.

Fontes: 1. Schoenstatt.pt

             2. Shoenstatt-info.com

             3. Irmã M. Isabel Machado ( Secretariado de língua portuguesa do              Santuário de ShoenstattValendar, Alemanha).

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