A Missa de todos os séculos
Nenhuma das partes da Missa pode ser considerada inútil ou supérflua.
No parágrafo 1345 do CIC, vemos a explicação de São Justino (pelo ano de 155) sobre o desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias.
A liturgia desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica: a Liturgia da Palavra (os escritos dos profetas – o Antigo Testamento – , e as memórias dos Apóstolos – as epístolas e os Evangelhos) e a Liturgia Eucarística. (Cf. CIC, 1346)
Na Santa Missa o celebrante assume três posições:
• Assenta-se na cadeira como Rei;
• Fala ao povo na homilia como Profeta;
• Celebra a Eucaristia como Sacerdote e Vítima (in persona Christi)
O QUE É SANTA MISSA?
A Santa Missa é um sacrifício de Deus Filho a Deus Pai, na unidade de Deus Espírito Santo.
“O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens.
Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor”.
(Santo Agostinho)
O Santo sacrifício da Missa é oferecido:
– para reconhecer o soberano domínio de Deus sobre todas as criaturas;
- reconhecer a nossa dívida para com a justiça divina e obter o perdão dos pecados;
- agradecer as graças recebidas; e
- pedir as graças de que necessitamos.
Benefícios da Santa Missa
“Na hora da morte, as Missas às quais tiveres assistido serão a tua maior consolação.
Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça divina. Em cada Santa Missa, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados – pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor.
Será ratificada no céu a benção que do sacerdote receberes na Santa Missa.
Uma só Missa a que houveres assistido em vida será mais salutar que muitas a que os outros assistirão por ti depois da morte, pois pela Missa participas da Paixão, morte e Ressurreição de Cristo”.
(Santo Agostinho)
PREPARAÇÃO PARA A SANTA MISSA
Muitas pessoas estão na Missa como se estivessem participando de um evento qualquer, sem nenhuma preparação espiritual. Não percebem que é o maior milagre concedido aos homens por Deus.
Deixam que as preocupações e as distrações perturbem a participação na Santa Missa.
Se portam e se trajam de forma inadequada, sem respeito e podendo ser pedra de
tropeço para o outro.
A maioria das pessoas chega a Igreja para a Missa, quase sempre na última hora ou em cima da hora, ou passando uns minutinhos.
A missa, na verdade, começa quando ainda em casa eu decido que vou para a Igreja.
Chegar 10 ou 15 minutos antes de começar para me colocar em estado de oração.
Fazer um exame de consciência, pedir a intercessão da Virgem Maria, pedir a libertação das almas do purgatório, pedir pela Igreja, pelo Papa, pelos Bispos e pelos Sacerdotes e Seminaristas, além de colocar as intenções pelos pedidos que nos foram confiados.
COMO PORTAR-SE NA IGREJA
Deus disse a Moisés: tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” (Ex 3,5)
A Igreja é um lugar santo, pois é a Casa de Deus e Ele ali está presente na hóstia consagrada contida no sacrário.
Conversa na Igreja: Minha casa é casa de oração (Lc 19, 46)
“Na igreja se fala somente com Deus” (Pe. Pio)
Durante a celebração da Eucaristia é preciso colocar em paralelo a cronologia da Missa e a da Paixão. Trata-se, antes de tudo, de compreender e de realizar que o Padre no altar é Jesus Cristo. Desde então, Jesus, em seu Padre, revive indefinidamente a mesma Paixão.
Entrada do Sacerdote
Nesse momento, lembramos a entrada aclamada de Jesus em Jerusalém (Domingo de Ramos).
Ritos Iniciais
Do sinal da cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar Jesus no Getsêmani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste “mar de lama” do pecado.
O sinal da cruz feito com devoção afasta Satanás. No entanto, a indiferença ao fazê-lo não o afastará, mas ao contrário, o alegrará.
Ato Penitencial
É o momento em que cada um deve olhar dentro de si, dentro do olhar de Deus, e reconhecer seus pecados, pedindo perdão a Deus por tê-Lo ofendido. Assim, reconhecendo a condição de pecador, com profundo e sincero arrependimento, e com o firme propósito de não cometê-los mais, suplicamos a Misericórdia de Deus e seu eterno amor, e pela intercessão de Jesus Cristo nosso Salvador, somos perdoados (pecados veniais). Nesse momento, também fazemos um exame de consciência para sabermos se estamos em condições de comungar.
“…confesso a Deus Pai Todo- Poderoso, e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões. Por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos, e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus Nosso Senhor.”
Liturgia da Palavra
O Evangelho é o ponto alto da Liturgia da Palavra. Jesus está presente através da Sua Palavra, como vai estar presente também depois, no pão e no vinho consagrados. Vemos, por meio do sacerdote, Jesus nos falando, como falava àqueles que o procuravam.
Devemos dizer a Deus que queremos escutar o que Ele quiser falar ao nosso coração, para que a Sua Palavra produza abundantes frutos. Devemos estar atentos às leituras e a toda a homilia do sacerdote.
Obs: sinal da cruz na proclamação do Evangelho
Liturgia Eucarística
Ofertório
Da mesma forma que Jesus se entregou aos soldados no Getsêmani, devemos rezar oferecendo a Deus tudo o que somos, o que temos e colocando tudo em Suas Mãos. Peçamos por nossa família, por nossos benfeitores, por nosso anjo da guarda, por todas as pessoas que nos combatem, por aquelas que se encomendaram às nossas orações. Peçamos por nossas necessidades.
Oração Eucarística
É o momento em que Deus vai atender a súplica dos fiéis e santificar as oferendas transformando o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus.
“Desde o início da oração Eucarística até a Consagração: Nós nos unimos (rapidamente!…) a Jesus em Seu aprisionamento, em Sua atroz flagelação, na Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com a cruz nas costas, pelas ruelas de Jerusalém e, no ‘memento’, olhando todos os presentes e aqueles pelos quais rezamos especialmente”. (Pe.Pio)
Celebração Eucarística
As cerimônias, palavras e gestos da Consagração constituem a parte mais importante da Santa Missa. A Sagrada Ceia foi, pois, a primeira Santa Missa, celebrada por Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.
Jesus está na pessoa de seu sacerdote, e nós somos os apóstolos em torno da mesa.
Consagração
No momento da elevação devemos
contemplar Nosso Senhor real encoberto pelo véu da aparência do pão e do vinho.
Eleva-se o pão e depois o vinho
Podemos repetir a oração de Fátima: Senhor, eu creio, adoro, espero e Vos amo; peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Perdão de Misericórdia… Digamos a Jesus o quanto O amamos.
“Oh, sangue e água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós”
E pensar que há gente, pessoas que ficam
neste momento distraídas, falando, que de pé cruzam os braços como se rendessem homenagem ao Senhor de pé, de igual para igual.
Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos”.(Fl 2,9-10)
“…Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará glória a Deus” (Rm 14,11)
“…todo joelho deve dobrar-se diante de mim…” (Is 45,23)
“Vinde, inclinemo-nos em adoração, de joelhos diante do Senhor que nos criou” (Sl 94,6)
Consumação do Sacrifício
Por Cristo, com Cristo e em Cristo corresponde ao grito de Jesus: “Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!” Desde então, o sacrifício é consumado por Jesus Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a razão pela qual, nesse instante, recita-se a oração de todos os filhos: “Pai Nosso…”. (Pe.Pio)
O Pai-Nosso
Devemos rezar essa oração com a maior profundidade que sejamos capaz, e que neste momento, tragamos à memória a pessoa ou as pessoas que mais mal nos hajam feito durante a vida, para que as abracemos junto ao peito e lhes digamos de todo coração: Em nome de Jesus eu te perdoo e te desejo a paz. Em Nome de Jesus te peço perdão e desejo minha paz. Se essa pessoa merecer a paz, recebê-la-á e lhe fará muito bem; se essa pessoa não for capaz de se abrir para a paz, essa paz voltará ao teu coração. Mas não podemos receber e dar a paz a outras pessoas quando não formos capazes de perdoar e sentir essa paz primeiro em nosso coração.
Cuidado com o que dizemos no Pai-Nosso: ‘perdoai-nos as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos têm ofendido’. Se somos capazes de perdoar mas não esquecer, como alguns dizem, estais condicionando o perdão de Deus. Estais dizendo: perdoa-me somente como eu sou capaz de perdoar, e não mais que isso.”
Comunhão
“O instante em que o Padre, tendo partido a hóstia, deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão de novo reunidos e é ao Cristo Vivo que vamos comungar.” (Pe. Pio)
Neste momento, os fiéis que estejam preparados pela confissão, recebem Cristo (Corpo, Sangue, Alma e Divindade).
Como receber Jesus Eucarístico?
Quando comungamos, nos transformamos em verdadeiros sacrários, por isso é importante deixar bem limpo o lugar em que Jesus vai habitar. É através da Confissão que limpamos o nosso ser, recebendo a absolvição de nossos pecados. O sacramento da Penitência restitui aos batizados a graça divina perdida com o pecado mortal, e dispõe-nos para receber dignamente a Eucaristia.
A Igreja sempre tomou um grande cuidado a fim de evitar que qualquer partícula da Santa Eucaristia se perdesse ou caísse no chão. São Cirilo de Jerusalém (313-350) dizia aos novos batizados que eles deviam lamentar mais a perda de qualquer partícula da Hóstia que a perda de ouro, de diamante ou de qualquer um dos membros de seu corpo.
Ação de Graças
• É um dos momentos mais importantes da Santa Missa.
• Devemos dizer a Jesus o quanto O amamos, agradecer a Ele o dom que nos fez de baixar Sua Divindade até nossa pobre humanidade, para elevar-nos até Ele.
• Não é o momento de pedir nada, mas de agradecer.
Benção Final
“A Benção do Padre marca os fiéis com a cruz, ao mesmo tempo como um extraordinário distintivo e como um escudo protetor contra os assaltos do Maligno.” (Pe. Pio)…
“Atenção, cuidado para não fazer um rabisco em lugar do sinal da Cruz. Lembra que esta bênção pode ser a última que recebes em tua vida, das mãos de um sacerdote. Tu não sabes se, saindo daqui, vais morrer ou não, e não sabes se terás a oportunidade de que outro sacerdote te dê uma bênção. Essas mãos consagradas estão te dando a bênção em Nome da Santíssima Trindade, portanto, faz o sinal da Cruz com respeito e como se fosse o último de tua vida.”
“Quanto desperdício em querer instruir-nos e sermos cultos nas coisas do mundo, que em um momento podem desaparecer sem ficarmos com nada, e que no final da vida não nos servem nem para aumentar em um minuto a nossa existência! E no entanto, daquilo que nos vai dar um pouco do céu na terra, e portanto, a vida eterna, nada sabemos. E nos consideramos homens e mulheres cultos!…”
Catalina Rivas
Participa da Santa Missa como se fosse a última de tua vida!