Ser como as crianças para entrar no Reino dos Céus

Jesus termina o Evangelho (Mateus 18, 1-5.10) lido nesta Santa Missa, dizendo que os anjos veem sem cessar a face do nosso Pai que está nos céus. Lembrem-se que nós temos um companheiro, que Deus, desde sempre colocou ao nosso lado: o nosso Anjo da Guarda.

Jesus tinha muito zelo e amor pelas crianças. Ele disse aos discípulos que se eles não se convertessem e se tornassem como crianças, não iriam entrar no Reino dos Céus.

Jesus disse que só vai para o paraíso quem for como as crianças. O paraíso não é uma coisa que está longe, do outro lado do mundo ou do céu. O paraíso está aonde a gente está amando. Toda vez que a gente ama, a gente está no paraíso. Mas toda vez que eu deixo de amar, a gente está fora do paraíso.

Por isso as crianças também precisam ajudar os pais a se amarem, a se gostarem, a serem fiéis um ao outro, e a serem cheios de ternura e compreensão um com o outro. Os filhos ajudam os pais, enquanto os pais têm a responsabilidade de preservar a santidade dos filhos, e a missão confiada por Deus de educar os filhos para irem para o paraíso.

Deus tem um olhar todo especial para as crianças, e nunca vai traí-las. Que os pais estejam atentos para não traírem os seus filhos. Quando, entre os pais, há briga, falta de respeito, agressão, e até mesmo ocorre separação e divórcio, eles estão traindo os seus filhos.

É preciso que a gente olhe sempre para esses pequeninos como aqueles preferidos de Deus.

A doença dos nossos tempos

É importante falar de uma doença dos nossos tempos, a depressão. A depressão não é uma doença exclusivamente de adultos. Existem muitas crianças deprimidas. Deprimidas pela falta de ternura, de atenção e de visibilidade do amor entre os pais.

Crianças que percebem que os pais não gostam um do outro ou que não se amam de verdade, começam a adoecer. Muitas vezes elas vão ter como companhia somente os anjos de Deus. Pai e mãe têm a benção de Deus para assumir o compromisso de zelar e fazer que os filhos sejam, de fato, filhos de Deus.

Prestar atenção no outro sem a distração da tecnologia

Uma das coisas mais belas que podemos fazer nessa quaresma para sermos atuais com a linguagem e as coisas do nosso tempo, é voltarmos a olhar para a face do outro. Precisamos de mais face, e menos “Face” (expressão utilizada para Facebook) e outras redes sociais.

Precisamos olhar para o outro e prestar atenção no outro. Como é terrível e angustiante falar com uma pessoa, e não recebermos a sua atenção. Muitas vezes os filhos não olham mais para os pais, e vice-versa. Muitas vezes, marido e mulher não se olham mais.

Todo mundo está perdido em função de uma coisa que poderia ser de muita utilidade, a tecnologia. Não significa que ela seja coisa do diabo. Mas se não tivermos poder sobre a tecnologia, acabamos danificando a beleza e a harmonia do lar.

As crianças quase que clamam quando esperneiam, gritam e fazem as suas peripécias. Na verdade, elas estão querendo que os pais olhem para elas. Precisamos voltar a olhar mais um para o outro.

Não basta proibir. É preciso educar.

Concluo dizendo um exemplo de um pai de família: Um filho pequeno insistiu muito com o pai para entrar na escolinha de futebol. Talvez fosse mais fácil dizer não, mas o pai fez um acordo. Como a criança teria aulas na escolinha de futebol duas vezes na semana, o acordo foi o seguinte: duas vezes por semana, a criança também iria à Missa para rezar e agradecer a Deus pela saúde, pela família e pela casa que tem.

É preciso ter essa sabedoria de Deus, como pai e mãe de família. Não basta proibir. É preciso educar.

Padre Severino – 27/03/2019 (10 anos da Comunidade Mel de Deus)

COMUNIDADE
MEL DE DEUS

VOCACIONAL

NOSSA HISTÓRIA

AGENDA

CONTATO

GALERIA DE FOTOS

VÍDEOS