Durante a estação litúrgica da Quaresma, o Papa Francisco exortou os católicos a se despojarem do “supérfluo”, durante a Missa da Quarta-feira de Cinzas, em 22 de fevereiro. Na Basílica de Santa Sabina, no Monte Aventino, em Roma, ele exortou as pessoas a não ceder à “ditadura das agendas”, mas a buscar a “liberdade interior” e escolher “o que importa”, ou seja, as relações com Deus e com os outros.

A Quaresma é um tempo para redescobrir “a verdade fundamental da vida”, disse o Papa em sua homilia, que ele leu de uma cadeira de rodas. Sofrendo de dificuldades de mobilidade por mais de um ano, o pontífice de 86 anos não participou da tradicional procissão da igreja de Santo Anselmo a Santa Sabina antes da missa, deixando ao cardeal Mauro Piacenza presidir a liturgia.

“Somente o Senhor é Deus e nós somos a obra de suas mãos”, sublinhou o Papa ao abrir a Quaresma. Uma verdade que “muitas vezes esquecemos, pensando que somos auto-suficientes, fortes, invencíveis sem Ele”, observou, convidando-nos a “nos despojarmos da pretensão de sermos auto-suficientes, […] de nos colocarmos no centro, [de sermos] os primeiros da classe”.

Durante esses quarenta dias, o sucessor de Pedro nos encorajou a “olhar para dentro de nós mesmos” para nos livrarmos “das pretensões de um ego cada vez mais superficial e incômodo”. É uma questão de “derrubar as máscaras” e lutar “contra as mentiras e a hipocrisia”. “Não as dos outros, mas as nossas”, insistiu o Papa, e de passagem ele alertou para a tendência de “olhar no espelho com a fantasia de ser perfeito”.

Durante sua homilia, o pontífice nos chamou a dar prioridade ao “que conta”, ou seja, as relações com Deus e com os outros. “Nosso ego não é suficiente para si mesmo”, alertou, lamentando “a prisão da solidão” que atormenta as sociedades.

Fazendo gestos “verdadeiros”

Para o chefe da Igreja Católica, as três práticas tradicionais da Quaresma – esmola, oração e jejum – não devem permanecer como “ritos externos”. Assim, a esmola “não é um gesto rápido para aliviar a consciência […], mas o fato de tocar com as mãos e rasgar o sofrimento dos pobres; a oração não é um ritual, mas um diálogo de verdade e amor com o Pai; o jejum não é uma simples renúncia, mas um gesto forte para lembrar nosso coração do que conta e do que passa.

O Papa Francisco encorajou os fiéis a fazer gestos “verdadeiros” e não “a serem admirados pelos outros, a receberem aplausos, a atribuírem mérito a nós mesmos”. Ele advertiu: “Na vida pessoal, como na vida da Igreja, as aparências externas, os julgamentos humanos e o gosto do mundo não contam; apenas o olhar de Deus, que lê amor e verdade neles, conta”.

Os quarenta dias da Quaresma servem para “redescobrir a alegria não nas coisas a acumular, mas na atenção às pessoas necessitadas e aflitas”, concluiu o Papa, recomendando “limitar a ditadura das agendas sempre cheias de coisas para fazer”, “renunciar alegremente ao supérfluo”, a fim de nos tornar “interiormente mais livres”.

Fonte: Aleteia

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